quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Capitão Améria e o ENEM

Por Márcio de Mello Rodrigues


Para quem fez o ENEM neste ano de 2012 e se interessa por Histórias em Quadrinhos, a questão número 4 do Caderno azul – 18 do Caderno Rosa e Caderno Branco e 14 do Caderno Amarelo -, chamou a atenção. Não pela dificuldade, pois assim como a maioria das questões do ENEM, era necessário apenas atenção ao enunciado, mas sim pelo tema tratado e a forma de abordá-lo: a utilização de um personagem de História em Quadrinhos para identificar o período da Segunda Guerra. Isto inicia uma quebra de paradigmas e preconceitos em relação a HQ como um instrumento de estudo, abrindo mais espaços para Histórias em Quadrinhos dentro de sala de aula.
O Capitão América foi lançado durante a Segunda Guerra Mundial, e através disso conseguiu trabalhar pontos da época. O personagem chegou a influenciar o mundo real quando utilizado pelo governo dos EUA para incentivar o alistamento e encorajar as tropas no campo de batalha – esses se sentiam mais seguros e confiantes a partir da informação espalhada pelo governo que o Capitão América realmente existia e estava entre eles nas trincheiras.
Cheio de ideologia, virtuosidade e contextualização histórica o, também conhecido, Sentinela da Liberdade é sem dúvida um dos maiores personagens do Universo dos Quadrinhos e se encaixa perfeitamente com os conteúdos abordados em Filosofia, História , Sociologia sem esquecer da matéria de inglês. Seria um modo de estudar de maneira muito mais atrativa aos olhos dos jovens estudantes, que se cansam da rotina quadro/livro;livro/quadro
Não é apenas o Capitão que contextualiza e trabalha com pontos possíveis de serem vistos em sala de aula. São  vários os personagens e sagas capazes disso,  entretanto pouco se vê um estudo em cima desse gênero de material. O primeiro passo já foi dado muito antes da questão do ENEM, porém por um pouco de falta de interesse em buscar algo além do comum e outro pouco por preconceito, o material não era visto com respeito e “conteudista”. Agora que o MEC utilizou desta ferramenta será que ainda teremos professores questionando a seriedade do conteúdo?

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